Sou professora, embora atualmente trabalhe como agente de viagens numa das principais companhias aéreas de Nairobi. No Quênia, onde as mães, inclusivamente com filhos pequenos, têm de trabalhar o dia todo para cobrir as despesas do mês, muitas famílias sofrem com isso. Não podem planear a sua vida em função de ficar em casa para cuidar dos filhos. Nós não éramos alheios a este problema social. No nosso caso, a solução foi procurar ajuda doméstica e trabalhar o dia todo.
Comecei no setor de viagens quando estava à espera do meu segundo filho. O meu marido e eu tínhamos que nos organizar muito bem para atender a família. Como o fundador do Opus Dei dizia que não devia haver nenhum dia sem uma mortificação, a nossa mortificação diária, com muito amor, consistia em dedicar aos nossos filhos todo o tempo que pudéssemos.
Viajamos muito juntos em família. Na nossa época mais agitada, quando os filhos tinham entre os 4 e os 8 anos, e tinha que os arranjar para irem para o colégio, nunca podíamos rezar as orações da manhã em casa. O meu marido e eu conseguíamos fazê-lo levantando-nos mais cedo, mas queríamos que os nossos filhos conhecessem a importância da oração, e que devia haver tempo para falar com Deus. Assim começávamos a rezar no carro, no caminho para o trabalho e para o colégio. Converteu-se numa tradição e eram as crianças que nos lembravam, e começavam a dizê-las.
Nos últimos 15 anos, a nossa família passou por momentos difíceis. A nossa filha mais velha esteve doente durante alguns anos, e isso fez com que nos aproximássemos mais de Nossa Senhora, saúde dos enfermos. O meu marido perdeu o emprego e houve muitos outros problemas. Graças ao espírito do Opus Dei, através do qual conhecemos a realidade da filiação divina, aprendemos a colocar tudo nas mãos do nosso Pai Deus. Desta forma, a nossa família conseguiu viver tranquila, serena e alegre.
Se não fosse a ajuda de São Josemaria, realmente não consigo imaginar que tipo de vida estaríamos a viver agora.