São Josemaria visita Paulo VI

25 de junho de 1973. São Josemaria visita o Papa Paulo VI. Não vai pedir-lhe nada, só quer dar-lhe alegrias, alegrias... E, uma vez mais, o coração de Roma sabe, sente, que há "uma partezinha da Igreja" onde a mão de Pedro se pode apoiar com firmeza.

O Papa está consternado. O Papa está triste. Tenta deter o processo de deterioração, de desvirtuação, de anarquia... É como se a Igreja lhe fugisse das mãos. Josemaria pensa que este é o momento de ir consolar e confortar o Pai comum.

Em 25 desse mesmo mês de Junho, vai visitá-lo: uma audiência privada que - rompendo o protocolo do relógio - durará mais de uma hora e um quarto. Logo que o fundador do Opus Dei vê o Papa, crava os dois joelhos no pavimento de mármore. Paulo VI comove-se perante esse desusado gesto de fé e de submissão filial. Concentra vigor nos seus braços e puxa Josemaria fisicamente para cima, forçando-o a levantar-se.

Depois, já sentados, Mons. Escrivá pega na sua pequena agenda de bolso. Aí leva algumas anotações do que quer contar ao Papa: notícias boas e animadoras da perseverança fiel de milhares de homens e mulheres da Obra, e dos dinâmicos apostolados em tantos países, em tantos estratos da sociedade, em tantos cenários da atividade civil. Crise sacerdotal? Neste ano de 1973, como no outro e no outro e no outro, desde 1944, será ordenada uma nova "fornada" de leigos profissionais, com duplo doutoramento: o universitário civil e o eclesiástico. Mais meia centena de sacerdotes, cuja única ambição é... Ser sacerdote.

Não foi pedir nada ao Papa: só quer dar-lhe alegrias, alegrias... E, uma vez mais, o coração de Roma sabe, sente, que há "uma pequenina parte da Igreja" onde a mão de Pedro se pode apoiar com firmeza.

(Pilar Urbano, O homem de Villa Tevere, p. 430-431)

«O Padre falou ao Papa de temas muito sobrenaturais, contou as últimas notícias sobre o desenvolvimento da Obra e os frutos que o Senhor concedia em todo o mundo. Paulo VI alegrou-se muito, e por vezes interrompia-o deixando-se levar por algum elogio ou simplesmente exclamando: "O Senhor é um santo". Sei disto porque, ao terminar a audiência, vi que o Padre tinha um aspecto bastante preocupado, quase triste. Perguntei-lhe o motivo, mas a princípio não me quis responder. Depois me contou que o Papa lhe tinha dito aquelas palavras e que tinha ficado cheio de vergonha e de dor pelos seus pecados até a ponto de protestar filialmente ao Papa: "Não, não. Vossa Santidade não me conhece. Eu sou um pobre pecador. Mas o Papa insistiu: "Não, não, o Senhor é um santo". Então o Fundador replicou cheio de emoção: "Na terra não há senão um santo: o Santo Padre"».

(Álvaro del Portillo, Entrevista sobre o Fundador do Opus Dei, p. 19-20)

«Numa audiência privada, realizada em 25 de Junho de 1973, o nosso Padre informou o Papa Paulo VI sobre o bom andamento do Congresso Geral Especial. O Papa ouviu com alegria essas notícias, e animou o nosso Fundador a que seguisse em frente, quanto à solução jurídica definitiva do problema institucional da Obra».