Uma rotatória em Jerez de la Frontera

A 6 de Dezembro em Jerez de la Frontera (Cádis, Espanha) foi dedicada uma rotunda a S. Josemaria Escrivá. Reproduz-se um artigo escrito por Enrique García Máiquez no diario de Cádiz.

A 6 de Dezembro em Jerez de la Frontera (Cádis, Espanha) foi dedicada uma rotunda a S. Josemaria Escrivá. Reproduz-se um artigo escrito por Enrique García Máiquez no Diario de Cádiz.

Por muito que alguns leitores esperassem de mim, antes ou depois, este título, outros terão protestado. Na realidade, não cumpro mais que o meu dever de jornalista ao noticiar o acontecimento mais recente da região. Ontem, em Jerez de la Frontera, deu-se a uma Rotunda o nome de “S. Josemaria Escrivá”. É a que fica mais próximo de Pozoalbero, casa de retiros do Opus Dei à saída para Sevilha e que está à disposição de Cádis e de toda a região circundante.

Usamos a toponímia de uma cidade para destacar a excelência, seja em termos históricos, desportivos, políticos, assistenciais, intelectuais, artísticos, etc. Excluir a santidade não faria sentido, mesmo quando uma rotunda seja termo muito pertinente ao falar de um santo. S. Josemaria, brincadeiras à parte, era uma personalidade universal que esteve por diversas vezes em Jerez e em Pozoalbero. De uma dessas visitas Péman deu testemunho num artigo memorável publicado no Séneca. Nesse artigo, explicava-se que o trabalho do Opus Dei vinha de Deus, como o nome indica e que o seu fundador era apenas a causa segunda. Ao que Séneca retorquia: “Pois esta causa segunda saiu-lhe a Deus de primeira”.

Hoje, ao prestar-lhe homenagem, a Câmara de Jerez é outra causa segunda: correspondeu a uma iniciativa muito alargada que reuniu o Bispo, a Academia de S. Dionísio, clubes desportivos, associações de moradores, irmandades, confrarias, comerciantes, empresários particulares, etc. A edilidade demonstrou sensibilidade social que não é exatamente o mesmo (muitas vezes é até o contrário) que a busca de popularidade ou de aplausos unânimes.

Escrivá inspirou e impulsionou Pozoalbero por onde passaram milhares de pessoas, aprofundando a sua fé e formando a consciência. Todos os que alguma vez visitaram a casa guardam uma memória viva, sentimental no mínimo. Pozoalbero desempenha um trabalho silencioso mas fecundo como um poço. A partir da história íntima deixou a sua marca em inúmeras vidas e, através delas, em Jerez, na província, na Andaluzia… Uma casa de retiros espirituais é um lugar de silêncio que dá frutos na intimidade sendo lógico que, por isso mesmo, não seja mediática, mas é oportuno e até imprescindível que de vezes em quando se reconheça publicamente o que se passa lá dentro. A rotunda ficou, pois, redonda.